sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Flogose XXXIX

Um galante soprado pelas chamas frias do deserto da emoção e da paixão, jaz florecido entre os cálidos espinhos do vosso menosprezo e o veneno vosso de amargura. E com pesar a indignação corre os prados do desejo consumível, quando em noites quentes, o ser apaixonado chora lágrimas lúgubres sobre os botões que lhe cercam a vista e chora sem lágrimas a saudade de nunca lhe ter tocado, sutilmente, a face. Com que desejo o sol consome a escuridão na aurora? Este, talvez, é o mesmo desejo sentido pelo coração amante no ato de consumir-se no sentimento edificado em favor do ser amado à distância e à sombra sua... Não menos triste são os cantos de lamento e devoção entoados pelas vozes tristes e tristes versos de amor. Há uma realidade entre o desejo e o bem desejado, mas as vezes essa realidade não se comunica, e nem a seta passional consegue unir as pontas deste sentimento que deveria ter a forma circular... Consumir-se-ão os amantes às coisas amadas e assim, em separado ou não, os sentimentos tomarão seus cursos, seja noite, seja dia...

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