sábado, 6 de setembro de 2008

Flogose XL

Andava pela rua, inabitada, quando um som começou a soar pelo vento. Uma música. Um concerto. Desconcertantes os passos seguiram involuntáriamente a fim de encontrar aquilo que era um paraíso para os ouvidos. Quanto mais próximo da origem do som, mais deleitosa era a experiência... A música, que possuía um tom melancólico, vinha de um piano. Aquele instrumento! Aquele colosso de musicalidade e romântismo. Aquele vibrar de alma e coração... Houvera chuva, houvera sol... Houvera constelações e arco-íris, Auroras Boreais e Luas... Houvera vida e morte... Sempre houvera... Nada se comparava à brisa fina e tibiosa. À solidão. À beleza dos jardins de inverno. E principalmente a melodia que ressoava daquele instrumento dívino... Anos se passaram... Não era pastoril o clima que consumia a música, nem romântico... Era uma alma em claves de sol e claves de sol em sons refinados e magníficos. Era Mozart deitado sobre o vasto campo, que cercava-se de montanhas, uma neblina fina e fria, arvoredos e flores, olhando o céu e contemplanto as contelações enquanto em sua mente o réquiem era tocado no piano da sua alma... Enquanto encontrava, andando dentro de si, a perfeição dos sons.

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