segunda-feira, 20 de junho de 2022

Dias estranhos

Dias estranhos, pesadelos infindos.
As ruas encobertas em sombras,
as noites chovendo dores perpétuas,
tudo perdido e mal-acabado.
Ontem morreram os que já morriam.
Ninguém nasceu de si mesmo,
e a esperança decaiu sob a voz
daqueles que amaldiçoaram os dias.
As pessoas que velaram a tristeza
esqueceram as peças dos calendários
e teimavam em renovar o irrenovável.
Ontem tudo morreu, e hoje a morte
festeja a dor de quem não vive
de quem não tem direito de viver.