quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A nova era

Com os avanços tecnológicos que surgiram ele começou a esquecer pequenas coisas. Não deu nenhuma importância a isso, afinal pequenas coisas sempre serão pequenas coisas e não fazem falta a ninguém. Esqueceu, por exemplo, que gostava de frutas vermelhas e do cheiro de fazenda que tinha o zoológico local.  Isso, porém, jamais o deixou triste ou indignado. Pensava na vida como ciclos constantes e que o mundo era o que era em função de tudo o que tinha evoluído. O tempo passava e com ele mais coisas se perdiam. Já não lembrava como era conversar com amigos próximos ou como era comer um prato típico de sua cidade natal. Ele continuava não dando importância, afinal tudo parecia pequeno. Tudo tornara-se pequeno diante dos avanços tecnológicos. A vida apequenou-se. O tempo passava cada vez mais rápido. Os dias eram frações de tempo que ele não sabia medir. As pequenas coisas iam se perdendo na ligeireza, e ele não se importava com nada. Repetia para si mesmo: faço parte da evolução. Esqueceu como era ler um bom livro ou como era ouvir uma boa música. A vida passou. A tecnologia estava cada vez mais avançada. Já falava pessoalmente com quase ninguém. Não lembrava dos rostos de pessoas próximas, apenas tinha a sensação de lembrar, isso por que só lembrava de fotos. Esqueceu como era viver pessoalmente, e o que viver representava. Morreu no auge da tecnologia sem saber se era realmente ele mesmo.

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