quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Noites brandas

Ouço a poesia vazia, vazia. Um copo que se mantem virgem na mesa. Ninguém o assola, degola, controla. Alma brancas, sem pureza porém. Quem buscaria num trago fajuto algo além de desdém? É poesia, e música e solidão. Algo que está contido no conselho da canção. Eternidade nascida da noite inquieta, puerilidade de um qualquer, d'um asceta. É tudo ainda poesia, é noite, é fria, é imensidão, é sombria. É tudo é poesia. E a canção, que fala do homem-cão, continua perdida, tal qual o graal da vida, tal qual a poesia vazia vazia.

Um comentário:

  1. Vazia é a vida do poeta. Se assim não fosse, não poderia ser vazia a poesia.

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