sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Era só olhar...


Era só olhar naqueles olhares, 
 naquela imensidão de passagem. 
Era só olhar! 
Só olhar a vista tênue e simplória
 que corria os desníveis do mundo,
 que aliviava as sensações...
Era só olhar,
e ver o mundo...
Aquele mundo cheio de grandeza e sutileza.
Ouvir os olhares falando dos mares
 de arrebóis perdidos na imensidão
 da fraqueza. Da falta de fraqueza!
Era só olhar!
Ver que aqueles olhos viam muito mais
 que simples aromas sem cores.
Ver as cores dos olhares a criar
 ranhuras na impoluta paisagem cinza.
Era só olhar.
Era olhar, e ver o todo num copo
 quebrado de nada e vento seco.
Era o olhar.
O olhar em que tudo se perdia,
 e em que tudo se encontrava.
Era só olhar!
Olhar e fenecer,
 sem perceber que jamais houve olhar
 mais brando e acre que aquele
 que soube vislumbrar a tristeza
 d'um horizonte pecaminozo e pesado.
Era só olhar
 a se perder, e se deixar.
 a viver e deixar-se esquecer!

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