sábado, 4 de julho de 2009

Anoitecer...

Eis que a noite tornou-se o meu mais improvável escudo. Defendo-me de mim, quando não penso em ser o que não fui jamais. Passo noites em claro e o anoitecer me fere; Sinto-me composto. Mil grilhões me cercam e a noite é a única coisa que me liberta dos sopros de fatalidades. Sou menos eu ultimamente, que em mil anos. E ainda sim sou mais eu. Anoitece e me perco na escuridão do dia. Tudo corrompe, tudo é corruptível. Anoitece outra vez e não já não tenho nada, senão o fulgor dos machados que caem do céu, às miríades.

Ademais, tudo que me anoitece não é próprio de mim. Ou serei eu que não sou próprio de nada? Anoitece novamente, e me acabo neste abismo de mim. Neste fim, do que nunca começou.

Só anoitece, e nada acontece! Sou menos um na somatória dimituta da madrugada. O copo vázio se enche de escuridão. Só me resto no anoitecer, da qual, se quer, fui parte um dia.

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