segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Flogose XLIX

Sêneca disse certa vez que é preciso tomar cuidado com a tristeza, pois ela é viciante. E toda razão a ele assiste. Assim como acostuma-se com a alegria, acontece com a tristeza. Não por querer acostumar-se, pois parece algo abominável acomodar-se perante a tristeza, mas por acontecer simplesmente. Começa-se a gostar de ser triste, pois, de algum modo, aquilo de estar triste nos faz querer permanecer nesse estado ou não, mas permanecemos assim mesmo. Contudo, não digo que seja algo que se deva querer sempre. Não entendo bem o que vem a ser tristeza, ainda que sinta-lha presente agora, enquanto meus dedos percorrem incessantes inúmeras teclas desse febril plástico. Entretanto, consigo pensar bastante quando uma tristeza mórbida me acomete. E não é nada sobre morte ou sobre as deficiências do mundo, mas em tudo, ainda que em um prisma totalmente diferenciado. A tristeza é viciante! Meu eu triste gosta de se aproximar da natureza, desta quase invisível aos olhos humanos... Esta que cobre o mundo enquanto o dinheiro corre as agências bancárias dos continentes. Admirar o sol e sua escalada. A tristeza é um vício que me faz "bem"... Ouvindo: One hundred years - The Cure.

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