sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Flogose V (parte 2)

31 de julho de 2008. Parte II. Ah! Sartre. Era noite e, ainda sem café, peguei meu exemplar “Esboço para uma teoria das emoções”, gostaria de dizer que está é uma leitura divertida ou cômica, mas não é. Por outro lado, é totalmente mecânica e cientifica. Acendo um cigarro, como fazia Sartre, e tento destrinchar a pergunta o que é uma emoção. Todavia, faltariam cigarros até que eu chegasse a uma conclusão meramente sensata. É preferível andar sem rumo e procurar entender porque o fez, do que ler uma teoria (ressalto que não é uma teoria qualquer, nem inovadora. Mas, ao contrário, é um estudo sobre estudos de emoções) da qual pouco se entenderá – a menos que já tenha lidos outras teorias no mesmo contexto – sobre o que explana. Enfim, a emoção é o ponto de partida para um estudo sobre o comportamento humano, comportamento, diga-se de passagem, sensorial e somático de cada ser, imagino eu que não sou cientista. Vamos partir do pressuposto de que a emoção é um fenômeno. Ao enquadrarmos a emoção nesse conjunto podemos concluir que a emoção, em tese – da minha cabeça é claro – é uma expressão do interno ao externo do ser humano, uma vez que levamos por base que a emoção é um fenômeno relativamente involuntário do ser humano, no ambiente ou na situação em que vive. A emoção, qual poderíamos traduzir em abalo moral, estende-se amplamente podendo ser vista com raiva, alegria, felicidade dentre outros exemplos. Quando penso em emoção vem a minha mente a idéia contrária, aquela: Como seria a vida sem ela? E logo em seguida vem a resposta: É como imaginar o céu sem seu negrume habitual. Ou seja, a vida será monótona. Realmente seria! O fogo inicial já é agora brando, e nesse ponto de fervura é melhor deixar o composto se formar antes de adicionar outros elementos. A emoção sempre será tema de alguma coisa, pois é um tema inesgotável. Agora só quero fumar o último cigarro do dia e me absorver nos pensamentos sociais que me encharcam. Andarei em círculos e tomarei do café recém preparado, justamente para essa ocasião. Deixarei também o pensamento refratar da mente para o espaço físico, e assim, talvez, eu veja melhoras nos entendimentos... Tenho fé que verei, pelo menos o café me dá essa esperança. Último dia julhino. Poucos minutos. O tempo se evapora como água em alta ebulição. A mingua de pensamentos, dou-me por satisfeito com as sensações que tenho sentido. Fecho os olhos e posso voar, como nunca o fiz antes. E talvez só o possa fazer por não estar pensando tanto. Não que haja um interruptor entre os pensamentos e as sensações, que quando um liga o outro desliga, mas ambos estão separados e agindo de forma infinitamente melhor. Um violino soa tranquilamente pelo ar e reverbera em todos os ambientes deste invólucro vazio, fazendo-o encher de fusas e semi-fusas. A música contrasta o ambiente em tons cinzas. O café é o único ponto negro do recinto, pois até o vapor que lhe sai é cinza doce. Um violino soa enquanto as horas passam desapercebidas. Uma música triste inunda os restos de emoções que por todos os lados se vê. Emoções hibridas, quebradas, refeitas... Emoções e sentimentos. Um violino soa... e dorme com seu próprio som sorumbático. E o julho de emoções e sensação esta por acabar.

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