quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Antipoética

A poesia é meu laboratório,
embaralho palavras, letras,
textos, contextos, subtextos,
reflexos, sentimentos, portentos,
dores, amores, razões, reflexões...
Poesia é laboratório...
a ideia vira veia de dizeres
pulsando fora do pulso!
Poesia é laboratório
da não-razão, do não-estar,
do não-dar, do não-afirmar,
do não-ligar, do não-acalmar.
Da não-poesia.
Poesia é rompimento,
destruição,
implosão e explosão
temperando a vida
com cheiro de nada
e de tudo que as flores
do bem-querer nos dá.

domingo, 23 de novembro de 2025

Não posso parar!

Tratei da profundidade do núcleo,
das atividades dos mares,
da profundidade das coisas maiúsculas...
mas não paro e rejeito.
Meu peito,
esse pedaço de coisa
que bate e afunda em terremotos,
não se deixa preencher...
Devia viver,
absorver as montanhas que estão
pintadas na tela da janela
do banheiro...
Comer do céu azul
que arranha o espaço
e descola a realidade,
enquanto a saudade
preenche
o tempo que não tenho
de tudo que não paro.