sábado, 8 de setembro de 2012

Solidão

Será que sou (realmente) toda essa solidão que sinto? Abro a porta do quarto, saio até a escada e não ouço nada. Há um cachorro perambulando pela rua, tão sozinho quanto minha escura noite. Abro a geladeira, como se fosse lá encontrar algo que diminuirá tudo que sinto. Não há nada lá dentro. Será que sou toda essa solidão? Pego meu carro e saio sem destino pelas ruas da cidade. Encontros estranhos que são tão estranhos quanto eu sou naquele instante. Nada falo, nada ouço. Apenas vejo. São pessoas, talvez seja bom se relacionar, digo a mim mesmo. O que estou procurando? (me pergunto em seguida) Não sei responder. Ando pela cidade, com aquela sensação de que fugir para qualquer lugar é algo que conforta. Só sensação. Quando entro novamente no meu quarto o peso da solidão cai novamente sobre meus ombros, e me lembro que não há nada novamente na geladeira. Talvez eu devesse ir ao supermercado. Talvez eu tenha uma conversa rápida com alguém lá. Talvez... talvez... talvez... Acendo um cigarro. A noite engole meus pensamentos. Há uma linha tênue entre tudo que sou e o que sinto? Só solidão. Só solidão! A solidão é, às vezes, tão estranha quanto tudo que ela nos faz sentir. Tão confusa quanto procurar o que não existe. Talvez seja melhor assim. Talvez seja melhor ficar sozinho no meio da multidão. Talvez seja melhor ficar aqui sentado, ouvindo "não sei o quê" "não sei onde". Um dia a solidão vai passar, eu sei que vai. Porém um dia ela volta - ela vai voltar, indubitavelmente! - e eu? eu não estarei preparado, como nunca estive!

Um comentário:

  1. Andei pensando tanto em solidão nos últimos tempos (ou será que foi a solidão que andou pensando tanto em mim?).

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