quinta-feira, 7 de maio de 2009

Em algum lugar de lugar nenhum!

Estar num lugar e, ao mesmo tempo, estar em lugar nenhum não é uma sensação agradável. A mente, muitas vezes, nos leva para cantos onde não queremos estar. As ocasiões, as situações, as circunstâncias... O tempo, a vida... Estar e não estar. Ser e não ser! Todavia, temos de estar ali, por alguma razão. Devemos estar. Enfrentamos nossas vontades, e elas nos enfrentam. E apenas estamos, no fim das contas. Nos adequamos e não nos sentimos tão mal por estar, ainda que a permanência seja desagradável. Aceitamos as conjunturas, enquanto olhamos pela janela. E através dela vemos o que não queriamos ver, o que não queriamos sentir, ouvir, perceber... É tudo estranho. Começamos a pensar no que somos nesse contexto. O que representamos para todo o resto e, finalmente, se o resto importa alguma coisa. Sentimos que queremos voltar. Queremos o "status quo"! A vida como era... O mundo nosso, o nosso! Olhamos pela janela novamente e estamos em algum lugar de lugar nenhum, e compreendemos que as coisas não mudaram, de imediato, apenas pelo nosso querer. Compreendemos que temos que fazer coisas que não são da nossa vontade, já que, as vezes, nem a vontade é nossa. Somos pedaços de um universo em movimento, e o movimento somos nós. Não paramos, pois somos empurrados pelo tempo para algum lugar. E novamente, apenas estamos. Não importa onde, quando ou como... só estamos. Percebemos isso e a janela parece confortar de algum modo nosso estar, pois ela separa quem somos do que precisamos ser.

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