quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Flogose XXXII

Queria eu falar sobre a morte, mas me faltam as palavras certas para descrever com precisão o que me passa a mente. Por outro lado, minha mente está coberta de pensamentos, muitos dos quais não poderia decifrar neste momento. Gosto de pensar na morte temporal, ou seja, aquela que se deve ao uso total da matéria corporal até que os orgãos não funcionem mais e tudo esteja decrépito e preparado para deixar de funcionar. Aquela onde nossos células já viveram o tempo máximo e já não mais conseguem se recompor. Aquela morte, qual a das flores, que murcham ao passar do tempo. A por desgaste natural. A morte não "natural", matada ou acidental. É esta que me causa indignação. Ouço muita gente falar em destino, outras pessoas falarem em Deus, e isso é um tipo de rito ou forma de amenizar a situação. Entretanto, nada me é bastante. Não é, apenas não é. Pensar nessa separação é inevitável, todavia ninguém espera que esta separação se dê antes do prazo. Do tempo que nossos corpos naturalmente resistem à natureza. A vida, talvez, seja a preparação para a morte. Mas, ao contrário, a morte nunca preparará a vida. E quando pessoas partem sem estarem preparadas ou terem vivido o bastante isto causa indignação, muita indignação. Esse interromper prematuro da vida é... Ainda me faltam palavras, mas voltarei a isso. Aqui ou acolá.

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