terça-feira, 19 de setembro de 2017

Realidades

Eu tive que apagar
os versos que me
cercavam de verbos.

Eu tive que navegar
nas realidades que me
deixava aos soberbos.

Eu tive que ufanizar,
e, no lusco-fusco, me
contradizer aos lobos.

Eu tive que brutalizar
os conceitos internalizados,
e jogar-me aos bobos.

Eu tive que imaginar
a vida como fluência,
e fingir aos agoráfobos.

Eu tive que suprimir
a potência, a fim de
viver alguns arroubos.

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