quarta-feira, 30 de junho de 2021

Dançando no desfile

Ela dançava, sem vergonha,
num dia belo de tarde triste,
e com sorriso bom e a riste,
só dançava
                    sem som,
                                risonha.
Não era de se impressionar,
naquele dia belo e normal
que o som soasse frugal
e balançasse
                    a alma
                        a despertar.
Ela dançava, e dançava [apesar
    só queria envolver-se poluta
    no mar de imagem irresoluta
de dimensão cósmico-irregular
    de tudo que não era dança
    de tudo que era lembrança;


Soneto do Amor Infindo

Amo-te tanto, e tanto e tanto
Que sinto e muito sem dizer.
E digo, quedado em pranto,
Que amo, amor, com prazer.

Porque amar-te é guerra,
que travo cedo e tão logo
em abrolhos da minha terra,
na quimera que é teu jogo!

Amo-te tanto e intensamente,
Que chega a doer-me a mente;
de pensar além do benfazejo;

Pois é tudo quando amo presente,
e tudo quanto quero um desejo...
de amar-te hoje eternamente!