Eu te odeio, e odeio, e odeio!
Eu te odeio, e odeio e tanto
que esse meu ódio é acalanto
ao amor radical que semeio.
E te odeio, com muita razão,
porque te odiar é o fim...
porque te odiar é jardim
de flores da justa revolução.
Eu te odeio, e odeio, enfim...
Eu te odeio, porque o ódio
é tudo que basta em mim.
Eu te odeio, porque é o ódio
a única arte, a única perfeição,
que radicaliza meu lasso coração.