quarta-feira, 30 de julho de 2008

Flogose IV

30 de julho de 2008. Começarei dizendo que Hoje não quero falar de amor. Principalmente por que este assunto tem tomado muito do meu tempo, não ativamente e sim passiva e omissivamente. Tenho me tomado de sentimentos que desconheço – quando digo desconheço é porque realmente não sei quais são – e isso tem me deixado um tanto desconcertado. Já que eu disse que não quero falar de amor é porque não quero mesmo e me justifico. O amor é um sentimento nobre e cruel ao mesmo tempo. Ele é o tipo de sentimento que dá e tira, sem motivos aparentes. E isso deve bastar, por hora. Não tenho problemas com este sentimento, e acredito que ele também não tenha comigo. De qualquer forma falar de amor é duvidoso no estado em que me encontro – não falarei deste estado porque não convêm falar – assim prefiro silenciar. Escrevi algo sobre isso agora pouco, antes de querer me dilacerar nesta folha digital de papel branco e dei o nome: Hoje não quero falar de amor. É um soneto. Não tão poético como outros que já andei escrevendo, nem tão romântico, pois o tema já sugere coisas alheias ao romantismo, acredito... Entretanto tentei resumir esses pensamentos que passavam em minha mente. E advirto, inclusive a mim mesmo, que o poema não tende a ser racional ou lógico, caso não for. Eis o poema: Hoje não quero falar de amor. Hoje não quero falar de amor... Nem, contudo, hei ser ouvinte Testemunha do seu requinte Carrasco da sua leal e cruel dor. Hoje não quero falar de amor... Pois seriam palavras vazias Chamas esgotadas, chamas frias... Numa boca suja e indolor... Hoje não quero falar de amor... Não quero falar de nada... Não quero... Não quero, somente! Hoje não quero falar de amor... Quero toda palavra silenciada Como o silêncio do amor silente. Encerro o assunto com o poema, e não haverei, por enquanto, tocar nesse tema principalmente por haver muitas outras coisas a serem ditas, afinal sempre há o que ser dito, mesmo quando não está a fim de dizer. Pensei em falar sobre o código absoluto hoje, mas não sei se é hora. Quer dizer, talvez seja a hora, mas estou sem paciência para escrever sobre coisas absolutas hoje. Gostaria de estar tranqüilo com minha consciência para abrir os poros deste novo rumo de prosas, no entanto, não estou. Hoje tudo poderia parar no espaço e no tempo, que não sentiria diferença. Não falo como um tipo de caos particular – parece até um tema de MPB – mas como uma forma de observar que as coisas passaram e não me dei conta disso. “Isso” acontece e germina outros fatos correlatos, a exemplo a falta de lembrança de um dia assim. O ponto crucial disso tudo é que a explicação sobre o código absoluto ficará pra outro dia, assim como resto de tudo que tenho pensado agora.

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