terça-feira, 2 de julho de 2013

Descaindo

O dia descaiu, e o sol poente sequer subiu. Ficou ali no horizonte olhando como quem olha o infinito. A noite descaiu, e a lua crescente sucumbiu. Empreteceu o céu, e iludiu quem se ilusionava. A vida descaiu, e servil. Apequenou-se no céu sem sol de nuvens descaídas. A paixão descaiu, e aos insanos sanou senil. O amor descaiu, e no seu descaimento - profundo, insano, ardil - o mundo sumiu.

Um comentário:

  1. Há tempos que eu não lia algo tão profundo em tão poucas linhas. Belíssimo!

    ResponderExcluir