sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Castelando.

Eu sou um castelo recolhido na areia. O sol que aquece o castelo é minha vaidade. Eu sou castelar, e vou castelando. Sou saudade! Enquanto a areia se transforma em mim sou eterno. Enquanto o sou me castiga sou sol interno. Enquanto me vingo sou austero. Sou castelo, sou invisível, sou sol e sou torto. Enquanto vivo, enquanto morto.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Bang!

Ouvia the drugs don't work do verve por dias a fio. Sentia-se como se a música o pedisse. Dizia: Eu espero que você pense em mim quando você deita no seu lado da cama. Era triste ouvir. Triste sentir o orvalho brotar daquela rosa face. O coração rachava como o sertão agreste. A vida rachava. A dor... consumia. As drogas não faziam efeito. O céu do quarto era absoluto. O teto antropófago. Chão vermelho. Um buraco no estômago cauterizado pela dor. Um som: Bang! Um fio vermelho chorado pelo ouvido!!!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Está tudo errado...

Não, não. Está tudo errado.
Tudo se perdendo nas areias.
Os canais fechando-se céu,
revelando-se estão as teias.

Está tudo mais que perdido,
e tudo mais-que-perfeito...
É tudo, então, resto parte
esquecido no mal desfeito.

Está tudo, tudo, tudo falido!
A ermida caida na solidão
do povo que vive de amor
imprestável e de adoração.

Está presente a chama viril,
o fogo-fátuo da impavidez;
A garra dos maus pecadores,
o silêncio do que nada fez.

Está criada a nova ordem,
a vida em sua nova imagem,
o laurear da vicissitudes,
o regozijar da vassalagem.

Está! Sim, está tudo perdido;
Já não existe instituição,
é tudo carência, desordem...
é tudo pendência, degradação.