quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pensamentos...

Tudo me falta, nesse instante;
Sinto uma latência no peito,
uma lembrança daquele jeito
teu de olhar-me com ternura,
fazendo-me beber tua brandura...
E esquecer-se-me ofegante.

Cada pensamento que se me dura,
eclode-se na noite infante!
Como pomares de sentimentos
a exorar à alma doce e pura,
que traga a distinta amante
para onde sopram os ventos.

Se não bastassem os tormentos,
e as súplicas silentes da alma...
Ninguém me vêem, nem os ventos.
Ninguém me vê, nem a calma!
Penoso, clamo-na aos pensamentos,
pois assim meu tormento acalma.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu, obsoleto!

Trago-me no crepúsculo onde fumaça é penitência de um eu sem mim. Sei já não o modo pela qual vivo; embora viver seja algo que o pensar não atribua ritmo, pois do contrário viveria mais que qualquer outro.

Sinto-me perdido, embora não me perca há muito tempo. Navejo entre sóis, mirras de fogo, anzóis [...] afogo! Queimo-me nos presságios que não tenho;

Ondas macilentas de confusão atravessam-me como uma tempestade e seus sopros violentíssimos e devastadores. Arrasto-me! Arrasto-me como se arrastam os micros! Arrasto-me por dentre ossos e almas caídas! Arrasto-me nos dias, arrasto-me nas vidas. Eu já não me sou útil, eu já não me sou meu.